No mundo da tatuagem, encontramos desenhos de todos os tipos e para todos os gostos. Alguns são mais arriscados que outros, com mais ou menos níveis de detalhes e técnicas muito variadas. As tatuagens permitem que a imaginação se expanda e os artistas se expressem.
Mas há também um lugar para as ciências exatas. Tatuagens inspiradas no conhecimento científico capturam desenhos muito atraentes e cheios de detalhes.
A paixão pela ciência pode atingir níveis incríveis, e algumas pessoas são verdadeiras amantes desse conhecimento.
Sobre Ilustrações Científicas
Os mistérios da natureza são tantos que são um mundo totalmente novo para descobrir. As anatomias, formas e sistemas de todos os seres vivos são inacreditavelmente fabulosos.
Quando a digitalização não existia, as ilustrações em livros e enciclopédias de ciências naturais tinham que ser 100% artesanais, o que implicava uma grande exigência de perfeição ao representá-las em papel.
Mas essa prática continuou antes da imposição da fotografia para determinar com precisão certas partes anatómicas, e a ilustração continua a ser hoje uma das primeiras opções, quando se trata de recriar o mundo real.
A ilustração científica é uma disciplina científica e artística que consiste em sintetizar e representar com precisão informações sobre a natureza, para o qual é necessário ter conceitos compositivos e estéticos muito precisos.
O objetivo da Ilustração Científica é fornecer informações para uso académico, para esclarecer os objetos e conceitos observados.
Com o tempo, os avanços tecnológicos permitiram que os cientistas tivessem outras ferramentas que facilitassem seu trabalho. E uma delas é a fotografia.
Pensava-se que poderia substituir a ilustração, mas o que descobriram é que, embora a fotografia possa ser considerada uma representação "fiel" da realidade, para a ilustração científica não o é.
Embora hoje tenhamos câmeras e óticas altamente desenvolvidas que podem atingir um nível de detalhe, poderíamos dizer, imperceptível ao olho humano, em alguns casos a fotografia não consegue determinar com precisão certas partes anatômicas.
É por isso que a ilustração ainda hoje é uma das primeiras opções, quando se trata de recriar o mundo real e ser tomada como objeto de estudo.
Mas há um debate que se abre a partir deles.
Embora as ilustrações científicas devam ter um critério de objetividade quando são realizadas, há quem diga que há duas realidades que se refletem nelas: uma verdadeira e outra fictícia.
O que é verdadeiro corresponde ao ato de traçar objetivamente a realidade, enquanto o que é fictício refere-se ao fato de que o artista tem que ser capaz de detectar certas generalidades em cada planta ou animal desenhado, para que possa falar de um para se referir a todos.
Isso é dado pelo seguinte. Embora pertençam à mesma espécie, todos os seres vivos têm suas diferenças e variações, que por menores que sejam, ninguém consegue conhecê-las todas.
Por esta razão, a ilustração científica pega certos elementos comuns das espécies e os captura nos desenhos.
Assim, distinguem-se duas correntes: a ilustração científica e o desenho naturalista.
A ilustração científica afirma ser totalmente objetiva, enquanto o desenho naturalista não. O limite entre ambos é demarcado pela subjetividade do artista ao interpretar os desenhos, permitindo que este dê mais espaço ao voo estético, imaginativo e artístico.
Arte e ciência, uma ponte traçada com tatuagens
A ciência explica o mundo e os seus mecanismos naturais. Conforme temos desenvolvido,
para os amantes das ciências exatas, estas tatuagens são a melhor opção.
As ilustrações consistem num trabalho muito meticuloso e com maior rigor nos detalhes do que em outras disciplinas. Linhas finas e traços delicados são uma das principais características desses “designs”.
Para quem é apaixonado pelo Fine Line e o Dotwork, optar por tatuar desenhos de plantas e outros seres vivos pode ser uma ótima escolha. A inspiração de ilustrações científicas e desenhos naturais é uma decisão sábia.
Desde que sejam tatuagens em cores ou tinta preta, as técnicas utilizadas para uma e outra, serão variadas, mas sempre considerando a precisão e o asseio.
Embora a subjetividade possa estar a desempenhar aqui um papel importante dependendo das exigências do “design”, algo que se destaca nesses “designs” é a precisão nas cores e sombras.
Alguns artistas tentam gerar um efeito bastante realista, respeitando rigorosamente as anatomias, mas outros, pelo contrário, procuram conseguir desenhos com uma marca muito pessoal.
De uma forma ou de outra, é recomendado respeitar certos parâmetros da natureza para este tipo de tatuagem.
Tatuadores das ciências naturais
Este estilo propõe “designs” muito atraentes. Um bom exemplo desse estilo é o tatuador italiano Michele Volpi, que se dedicou à composição e trabalho detalhado de pontos e linhas para seus desenhos.
Nascida em 1991, Michele conseguiu ser uma das artistas mais proeminentes neste estilo. No seu trabalho, ele se inspira em ilustrações científicas de livros de ciência, mas suas tatuagens também se destacam pela combinação com o surrealismo.
O seu conhecimento de desenho técnico torna este artista um perfecionista de forma e asseio. Ele começou a determinar o seu estilo por tentativa e erro, experimentando uma variedade de cores, estilos e agulhas.
Mas ele encontrou a sua força no preto, para definir o seu trabalho como preto fino monocromático com a técnica Dotwork. Em entrevista publicada na revista Vice, o artista afirmou:
“Acho que o preto é uma cor: quando termino uma tatuagem ou um desenho, nunca sinto necessidade de acrescentar mais nada, mas sinto que está acabado como está, apenas preto”.
Um livro que reúne todas as obras
Os trabalhos científicos, estudos e ilustrações são muito interessantes. Carl Zimmer, um jornalista americano especializado em escrever artigos e pesquisar livros científicos, decidiu chamar no seu blog todos os que usam tatuagens científicas.
Surpreendentemente, em pouco tempo, ele recebeu mais de 100 fotos de tatuagens muito diferentes, então decidiu que era um bom momento para publicar um livro que reunisse todas essas informações.
Assim, ele começou a trabalhar criando o seu livro Science Ink. A particularidade das tatuagens ali publicadas é que quem as usa são cientistas! A ciência não é nada que se carrega apenas no conhecimento, mas também tem uma marca no corpo.
Ciência e tatuagens, uma combinação perfeita
Como podem ver, as tatuagens inspiradas nestes trabalhos científicos permitem à imaginação correr solta e a criatividade não tem limites.
A natureza é sempre surpreendente, também no mundo microscópico. Há coisas espetaculares para serem encontradas.
E esta é uma das razões pelas quais muitos artistas visuais tomam a natureza como a sua principal fonte de inspiração, alcançando resultados incríveis.
Uma das muitas vantagens da arte é que ela parte da realidade para criar uma imagem ficcional baseada no trabalho com a subjetividade do artista, repleta de possibilidades.
Combinar arte e ciência nos designs é uma excelente ferramenta para aqueles que amam perfeccionismo, geometria, anatomia e ciências naturais.
E sabe qual técnica se encaixa perfeitamente neste estilo? A 3RL.
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